Em junho, governo do estado havia declarado que a passagem de um ciclone era, até aquele momento, o maior desastre natural relacionado a chuvas nos últimos 40 anos.
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Cidades do Vale do Taquari ficaram debaixo d'água com
passagem de ciclone — Foto: Maurício tonetto/Secom |
As 21 mortes registradas no Rio Grande do Sul até a tarde
desta terça-feira (5) já superam a maior tragédia natural das últimas quatro
décadas no estado, quando 16 pessoas morreram em junho. Em entrevista na noite
de terça, o governador Eduardo Leite confirmou que se trata da pior tragédia
natural do estado.
"Não tem sido um ano fácil para o Rio Grande do Sul.
Mas nosso povo é resiliente é forte e nós vamos estar unidos para superar essa
adversidade, com toda a estrutura, com os servidores públicos, os militares
civis, voluntários, ações, prefeituras, sociedade civil engajada. Cada vida
perdida não pode ser reposta, a gente lamenta cada uma delas. Vamos dar todo
suporte para essas famílias", afirmou.
Ciclone deixa 22 mortos e causa enchentes na Região Sul
Foram 15 óbitos apenas no município de Muçum, na Região
Central do estado. De acordo com a Defesa Civil estadual, o Corpo de Bombeiros
encontrou os corpos ao vistoriar uma casa nesta terça-feira (5).
Na noite de terça, os corpos foram trasportados para o
hospital de cidade, e devem ser levados para Porto Alegre.
Em junho, o Piratini havia declarado que a passagem de um
ciclone extratropical, que devastou cidades sobretudo no Litoral Norte e na
região dos Vales, era o pior desastre natural já registrado no estado nos
últimos 40 anos.
Outras seis mortes foram confirmadas entre segunda (4) e
esta terça em cidades do Norte do RS e do Vale do Taquari.
Rio Grande do Sul Enfrentará Duas Ondas de Chuva Forte e Temporais na Semana
21 mortos;
2.984 desalojados;
1.650 desabrigados;
66 cidades afetadas.
O fenômeno teve origem em um sistema de baixa pressão, que
provocou chuvas intensas ao longo da segunda-feira (4). Na medida em que se
deslocou em direção ao oceano, ganhou intensidade, e à noite, formou-se o
ciclone.
Quem são as vítimas
As 15 vítimas de Muçum não tiveram a identificação divulgada
até a última atualização desta reportagem.
Em Mato Castelhano, um homem morreu após a caminhonete em
que ele estava ser levada pela correnteza. Uma outra pessoa, que também estava
no carro, conseguiu sair do veículo por conta própria e está segura, segundo os
bombeiros.
A vítima foi identificada como Cristiano Schusler, de 41
anos. De acordo com a prefeitura de Mato Castelhano, ele era solteiro,
trabalhava como agricultor e morava com a mãe na localidade de Nossa Senhora de
Lourdes, no interior do município. Schusler foi velado durante a segunda-feira
e sepultado na manhã desta terça.
Em Passo Fundo, um homem morreu após receber uma descarga
elétrica durante o temporal. Ele estava em casa e foi resgatado por familiares.
A vítima, identificada como Neri Roberto Gonçalves da Silva, de 67 anos, chegou
a ser levada para o Hospital Municipal Doutor César Santos, mas não resistiu.
Segundo moradores, o homem foi encontrado caído em casa. Os vizinhos prestaram
os primeiros socorros.
Em Ibiraiaras, duas pessoas morreram ao ficarem presas
dentro de um veículo. Conforme a Defesa Civil, elas tentavam atravessar um rio,
e o veículo foi levado pela correnteza.
De acordo com a prefeitura do município, eles eram
agricultores e deixam duas filhas. Eles tentavam atravessar um rio, e o veículo
acabou sendo levado pela correnteza. O carro ficou retorcido com a força da
água, e Delve Francescatto e Fátima Godoi Francescatto ficaram presos às
ferragens.
Em Estrela, um homem de 58 anos morreu ao ser atingido por
uma descarga elétrica na manhã desta terça. De acordo com relatos, Moacir
Engster auxiliava um vizinho a retirar móveis de casa por conta da enchente.
Ele é pai de um secretário municipal de Teutônia, cidade vizinha, que confirmou
a morte.
E em Passo Fundo, Maria da Conceição Alves do Rosário, de 50
anos, caiu dentro d'água enquanto era resgatada de cima de um telhado. O
policial militar que a resgatava
O governador Eduardo Leite declarou no início da tarde desta
terça que a sexta morte foi confirmada em decorrência da enchente. Foi um
acidente durante um resgate que se realizava em Lajeado, sobre o Rio Taquari. O
cabo no qual um policial militar resgatava uma idosa se rompeu e ambos caíram
no rio. A idosa não resistiu e o PM foi resgatado em estado grave para um
hospital da região.
Fonte: G1 RS