Microempreendedores serão beneficiados com R$ 2,5 mil. Repasse vai começar por Muçum, onde 162 proprietários de pequenos negócios receberão o dinheiro através de transferência para as suas contas bancárias.
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Chave PIX criada pelo governo para arrecadar doações — Foto: Divulgação/Governo do RS |
O governo do Rio Grande do Sul começou a repassar, nesta quarta-feira (4), o dinheiro doado via PIX pela população aos atingidos por enchentes durante a passagem de um ciclone extratropical pelo estado ao longo do mês de setembro. Cinquenta pessoas morreram e mais de 100 cidades sofreram prejuízos. A arrecadação começou em 9 de setembro e chegou a R$ 4,75 milhões, segundo o Piratini.
Conforme divulgado pelo secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, serão beneficiados com R$ 2,5 mil microempreendedores das cidades que mais sofreram prejuízos com o desastre natural. A primeira será Muçum, uma das mais atingidas no Vale do Taquari, onde 162 proprietários de pequenos negócios vão receber o dinheiro, totalizando R$ 405 mil.
A decisão por ajudar pequenos empreendedores ocorre porque o objetivo é contribuir para a retomada de atividades econômicas nas regiões afetadas. A iniciativa contempla autônomos, comerciantes e prestadores de serviços, seja rural ou informal.
"É a manicure, o cabeleireiro, aquela pessoa que precisa de ajuda para reerguer o seu negócio e reestabelecer uma fonte de renda", explica Lemos.
Além de Muçum, terá acesso ao valor o proprietário de estabelecimento comercial atingido pelas enchentes em Roca Sales, Encantado e Santa Tereza. É necessário não ter sido contemplado em outros programas estaduais ou federais.
Como o dinheiro chega até as pessoas
O dinheiro será transferido via PIX para as contas dos beneficiados. Para a distribuição das doações, o governo do estado criou um comitê com entidades parceiras.
A Central Única das Favelas (Cufa) ficou responsável por mapear os negócios e formular uma lista de inscrição com os interessados em receber o dinheiro. O trabalho em Muçum, por exemplo, ocorreu por meio de mobilização nas redes sociais da prefeitura da cidade e busca ativa presencial (percorrendo ruas, avenidas e falando com a população). Mapeamento semelhante começou a ser feito em Roca Sales.
Além da Cufa, a distribuição dos recursos será feita pela Fundação Marcopolo e Fundação Elisabetha Randon. Rotary Club e Lions Club prestam apoio para que os valores depositados via PIX cheguem a quem realmente necessita.
Como a conta do PIX é do Banrisul, o presidente do banco, Fernando Lemos, disse que uma auditoria externa vai ficar responsável pela fiscalização, "para garantir que o dinheiro vai ser usado para o que se deve".
Por que arrecadação via PIX
Em 9 de setembro, o governo do estado divulgou um PIX para ser usado por quem quisesse doar dinheiro para as pessoas que foram atingidas pelas enchentes.
O estado disse que disponibilizou essa forma de doação para evitar golpes, já que havia pessoas se aproveitando da solidariedade dos outros e do momento de vulnerabilidade que o RS vive. O governador Eduardo Leite, na época, citou que "aproveitadores" poderiam usar o momento para arrecadas valores indevidamente.
Outro motivo é que a legislação impede que o governo possa repassar dinheiro diretamente para uma família que foi atingida pelas enchentes, por exemplo. Por lei, o orçamento público dá conta da reconstrução de estradas, pontes, recuperação de escolas e até da construção de casas. As doações podem ajudar onde a verba pública não pode chegar.
A forma como esse dinheiro seria usado foi discutida durante reuniões no último mês com entidades civis que atuam com assistência social, como Fundação Marcopolo, Instituto Elisabetha, Lions Clube, Rotary e Cufa.
Fonte: G1 RS