Duas aeronaves já deixaram o Brasil em direção a Tel Aviv
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© REUTERS/Amir Cohen |
“Estamos coordenando as listas com o Ministério das Relações
Exteriores”, disse o comandante em entrevista nesta segunda-feira (9).
De acordo com o Itamaraty, a prioridade é a repatriação de
quem mora no Brasil ou não tem passagem aérea de volta. Até o momento, 1,7 mil
brasileiros manifestaram interesse em retornar ao Brasil, em razão do conflito
entre Israel e o grupo Hamas iniciado no fim de semana. A maioria é de turista
que está em Israel. Três brasileiros continuam desaparecidos.
"Face à incerteza quanto ao momento em que poderão
ocorrer os voos de repatriação, o Ministério das Relações Exteriores reitera
recomendação de que todos os nacionais que possuam passagens aéreas, ou que
tenham condições de adquiri-las, embarquem em voos comerciais do aeroporto
Ben-Gurion, que continua a operar", diz nota divulgada pelo Ministério das
Relações Exteriores.
Foram reservadas seis aeronaves para a retirada dos
brasileiros. O segundo avião da Força Aérea Brasileira (FAB) deixou a Base Aérea
de Brasília nesta segunda-feira. O KC-30 decolou às 16h20 rumo à cidade de
Roma, na Itália. De lá, ele seguirá para Tel Aviv, em Israel.
O primeiro, um Airbus A330-200 convertido em um KC-30 com
capacidade para 230 passageiros, saiu do Brasil na tarde do domingo (8) e já
está na capital italiana, devendo decolar em direção a Tel Aviv até esta
terça-feira (10).
Faixa de Gaza
Em relação aos brasileiros que estão na Faixa de Gaza,
região mais afetada pelo conflito, o governo prepara um plano de evacuação, coordenado
pela Embaixada do Brasil no Cairo (Egito).
“O Escritório de Representação em Ramala segue em contato
com os brasileiros na Faixa de Gaza e, tendo em conta a deterioração das
condições securitárias na área, está implementando plano de evacuação desses
nacionais da região, em coordenação com a Embaixada do Brasil no Cairo”, diz
nota do ministério.
O Itamaraty estima que ao menos 30 brasileiros vivem na
Faixa de Gaza e outros 60 em Ascalão e em localidades na zona de conflito. Já
em Israel, a embaixada brasileira já tinha reunido, até este domingo, informações
de cerca de 1 mil brasileiros hospedados em Tel Aviv e em Jerusalém
interessados em voltar ao Brasil.
Conflito
No terceiro dia de conflito, Israel convocou 300 mil
reservistas, realizou mais de 2 mil bombardeios à Faixa de Gaza e impôs um
bloqueio à região, impedindo a entrada de comida, água e combustível, em reação
aos ataques armados do Hamas, movimento islâmico que controla Gaza.
Já o Hamas disse que irá executar reféns israelenses para
cada bomba disparada por Israel que atingir civis. Segundo o grupo, são mais de
100 prisioneiros.
Desde sábado (7), quando o Hamas iniciou os ataques, foram
identificados mais de 1.500 mortos, sendo 900 em Israel e 600 em Gaza. Os
feridos somam 5 mil.
Os secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres,
pediu ajuda humanitária internacional aos civis palestinos na Faixa de Gaza e o
fim dos ataques a Israel e aos territórios palestinos ocupados.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud
Abbas, solicitou a intervenção das Nações Unidas para impedir "agressão
israelita em curso”. Segundo ele, é preciso prevenir uma situação de catástrofe
humanitária, sobretudo na Faixa de Gaza.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, propôs um
governo de união nacional, com a participação de líderes de oposição. Ele
destacou que as ações são apenas o início da retaliação ao Hamas.
* Com informações da TV Brasil e da Agência Reuters
Fonte: Agencia Brasil